segunda-feira, 12 de agosto de 2013

Trecho de causos do livro "Mil dons de Tinoco: A história do rei da viola" de Renata G. Lima


Em 2007 Tinoco fez sua última grande turnê contando com o amigo de tempos Mazinho Quevedo e um maestro de música popular como um de seus violeiros, o maestro Carlos, amigo do Mazinho. Nesta turnê o Mazinho Quevedo apresenta um programa na EPTV, filial da Rede Globo, também, junto com o Tinoco participaram Pena Branca e o Amaraí, da antiga dupla Belmonte e Amaraí. Foram aproximadamente oito ou nove shows em várias cidades, sempre em estádios.
Tocaram também no interior, na cidades de Limeira, Poços de Calda, Varginha, Campinas, São Carlos e Ribeirão Preto, inclusive de Minas Gerais, que são os locais abrangidos pela emissora EPTV. Todas essas cidade dos interior tem uma cultura de música caipira, música Regional muito forte e coisa legais aconteceram com o grupo.
Quando chegavam nos restaurantes para almoçar com os músicos na frente, que por si só já chamavam a atenção, por que já se entendia que algo ia acontecer na cidade, mas quando chegava o Tinoco tudo parava, todas as ruas paravam para ver o Tinoco. E de todas as idades, não era só de gente da idade dele, muita gente de faixas etárias mais baixas, inclusive crianças reconheciam o Tinoco. Todos queriam ver o Tinoco chegar e pediam autógrafos e fotos.
Algumas coisas engraçadas aconteceram pelo sempre bom senso de humor do cantor. Certa vez saindo do hotel em direção ao show o Pena Branca atrasou, quando ele finalmente chega até a van que os levaria ao show o Tinoco diz para ele que já estava treinando o “boi fubá” para cantar em seu lugar. Segundo os amigos que o acompanharam o Tinoco tinha sempre uma piadinha pronta e engatilhada.
Em uma outra vez depois de um show longo com todos já cansados por conta de todas as preparações, ensaios, carregar instrumentos, passagem de som, então quando acaba o show todo mundo fica exausto, e o Tinoco solta: “Cêis viro? O povo pulo mais nas minhas músicas”. E caiu na risada. Ele sempre tirava sarro dos outros dizendo que as músicas dele faziam mais sucesso.
Ele mantinha o bom o humor apesar da forma dura como os músicos são tratados pelo público, devido ao fato de ele ser o único que não pode parar de trabalhar. O presidente da república pode ficar gripado e não ir trabalhar em um dia, mas ninguém perdoa o artista que não entra no palco porque ficou gripado, porque todos duvidam. O artista, segundo o maestro Carlos, vive na certeza de que a distância entre o fracasso e a glória é muito pequena, a fama e o esquecimento são muito próximos.
Tendo essa certeza sabemos que o Tinoco passou maus bocados e nessa época da turnê em 2007 já com a idade avançada e cansado ele estava ali, dando o sangue e trabalhando apesar de todas as dificuldades referentes à idade. Naturalmente o ser humano perde a audição por conta da idade, mas não é fácil para um músico estar ali cantando com essa dificuldade e o Tinoco passou por isso.

Mas mesmo assim, com a perda de audição referente a idade, ele se manteve sempre o dono do palco, ele sabia exatamente o que estava fazendo, mesmo com toda a dificuldade de cantar e ouvir, naturalmente ele não tinha a mesma voz e a mesma energia da juventude, mas dava um show, sempre que ele entrava no palco ele era o ponto alto do show, ele foi um showman incrível, até o seu último show.

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